
Medicina Ortomolecular: O que você precisa saber!
A denominação Medicina Ortomolecular existe desde as primeiras publicações do PhD, Prof. Linus Carl Pauling (1901 -1994), bioquímico, cientista, pesquisador, com prêmios Nobel de Química e da Paz, na revista Science em 1968.
Neste mesmo período foi criado, inicialmente,The Journal of Orthomolecular Psychiatry e, a medida em que as pesquisas bioquímicas celulares/moleculares foram ampliadas para diversas áreas médicas passou a se chamar-se The Journal of Orthomolecular Medicine onde são publicados estudos clínicos e pesquisas de grande relevância. As bases bioquímicas da Medicina Ortomolecular envolvem, essencialmente, os conceitos de radicais livres, reações de oxiredução e estresse oxidative.
Os radicais livres têm sua ação fisiológica contra os agentes agressores ao organismo como bactérias, vírus, dentre outros. Mas, quando em excesso favorecem enfermidades relacionadas à patogênese do câncer, doença cardiovascular, aterosclerose,hipertensão,injúria isquemia/reperfusão( infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral), diabetes mellitus, doenças neurodegenerativas (Doença de Alzheimer,Parkinson,catarata,etc.), artrite reumatóide, envelhecimento, asma, ovários microcísticos, esquizofrenia, transtorno bipolar, TDAH entre outras.
No Brasil, a Medicina Ortomolecular é representada pela Associação Brasileira de Medicina Ortomolecular e sua proposta é:
1 – Identificar, o mais precocemente possível, o Estresse Oxidativo evidenciado de forma subclínica ou clínica nas diferentes fases da vida do indivíduo, ou seja, quer na gestação, na infância, na adolescência, na adultícia ou na senescência.
2 – Avaliar o indivíduo de maneira global, através de uma avaliação clínica(Anamnese), a mais completa possível e exames complementares necessários a cada caso.
3 – Analisar a bioquímica individual, identificando os biomarcadores de Estresse Oxidativo. A maioria destes biomarcadores de Estresse Oxidativo fazem parte dos exames solicitados na clínica médica diária. Portanto, a questão é ter o devido conhecimento para poder correlacioná-los com seu significado bioquímico celular/molecular, base da Medicina Ortomolecular.
4 – Considerar as consequências na saúde das interações do Homem com o Ambiente. Isto envolve local de moradia, de trabalho, a profissão, os hábitos(alimentação, fumo, drogas, etc.), os agrotóxicos, a qualidade da água, do ar, do solo, a poluição sonora, etc.
Apesar de inúmeras publicações científicas brasileiras e/ou estrangeiras(99212 artigos no site do PubMed em 14/05/2012), o desconhecimento do conceito bioquímico celular/molecular de estresse oxidativo e as aplicações clínicas da Medicina Ortomolecular, como CIÊNCIA que se sobrepõe às diferentes áreas médicas, infelizmente, ainda está sujeita ás distorções tanto na mídia leiga como no próprio meio médico.
Entre muitas das distorções encontra-se a propaganda inadequada de emagrecimento e dietas ditas “ortomoleculares”, que na realidade não é o objetivo da Medicina Ortomolecular. Ela visa ao equilíbrio bioquímico molecular/celular do organismo humano, considerando a bioquímica individual e se utiliza, essencialmente, de vitaminas, minerais, aminoácidos e ácidos graxos essenciais para restabelecer, na medida do possível, este equilíbrio.
Desta forma, pode intervir em todas as fases da vida do indivíduo, possibilitando uma ação preventiva ampla e favorecendo uma melhor qualidade de vida.
A Medicina Ortomolecular possui uma abrangência de superposição em diferentes áreas do CONHECIMENTO Médico e Ambiental.
Autora: Dr. Guilhermina G.L.Guanaes – Neurologista, Nutrologa, Diretora Científica da Associação Brasileira de Medicina Ortomolecular.
Fonte – Revista Arquitetura & Saúde, Junho/2012, Edição nº 2